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Alunos de colégios municipais expõem trabalhos em Volta Redonda

Matéria publicada em 5 de novembro de 2015, 16:55 horas

Feira, realizada no Memorial Getúlio Vargas, contou com apresentação dos projetos finais de nove escolas

Praticidade: Alunos criaram um suporte que resfria e diminui os problemas de superaquecimento em notebooks (Foto: Divulgação PMVR)

Volta Redonda – Mais de 100 trabalhos de alunos da rede municipal de ensino foram expostos ontem, na II Mostra de Robótica Educacional com Hardware e Software Livre de Volta Redonda, no térreo do Memorial Getúlio Vargas – próximo a Biblioteca Municipal-, na Vila Santa Cecília. O evento, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (SME), contou com a participação de nove escolas e foi aberto ao público.

Participaram da mostra os colégios Amazonas, Espírito Santo, Dr. João Paulo Pio de Abreu, Professora Maria Rosa Rodrigues, Mato Grosso, Paraíba, Paulo VI, Rubens Machado e Tocantins.

De acordo com a implementadora de Informática da SME e coordenadora do projeto Robótica Educacional, Giany Abreu, o projeto é realizado através do “Sábado na Escola” e tem duração de 60 horas (dez aulas com duração de três horas), beneficiando atualmente cerca de 500 alunos da rede municipal de ensino.

– No fim das aulas previstas no projeto de robótica cada grupo monta um projeto final e estes trabalhos que estão sendo expostos hoje nessa mostra – disse Giany.

Ainda segundo ela, a Robótica nas escolas possibilita aos alunos o desenvolvimento lógico de programação, conceitos básicos de eletrônica, desperta o interesse pelo trabalho cooperativo, descobre talentos entre estes alunos, além de ensinar o inglês e como resolver problemas.

A implementadora de Informática do Colégio Paulo IV, no bairro Açude, Michelle Rezende, explicou que grande parte das invenções dos alunos vieram de doações de materiais recicláveis.

– Nós fizemos uma campanha de descarte de lixo eletrônico, e os próprios alunos desmontaram os computadores que recebemos. Eles mesmos reaproveitaram as peças que achavam que iriam precisar e foram montando os projetos – contou.

Entre esses projetos está o de um ar-condicionado caseiro, novidade na feira. Para montá-lo, os alunos utilizaram uma caixa de isopor vazia, um interruptor, telha de antena parabólica quebrada, cooler (a popular ventoinha de computador), além de fios e cabo USB. Depois de pronto, basta colocar gelo dentro do isopor e através de comandos de computar, o gole derretido se transforma em “ar refrigerado”.

– Os próprios alunos fizeram a programação nos computadores, através do programa ‘Arduíno’. Depois de desenvolver os códigos, eles enviam a programação para a placa, criando os comandos do invento – explicou Michelle.

Outro projeto da escola era o “Tornado Luminoso”, uma espécie de item decorativo que usa água e pulseiras de neon para formar movimentos e luzes. Para isso, os alunos utilizaram também um cooler de computador, um pedaço de ímã e um recipiente com água.

No Colégio Paulo VI cerca de 20 alunos participaram da mostra, divididos entre o 4º e o 9º ano. Levi Oliveira de 10 anos é um deles.

O estudante disse que fez vários projetos de robótico e revelou que tem planos especiais para o futuro.

– Eu quero continuar inventando coisas. Uma das minhas ideias era fazer alguma roupa especial para ajudar os deficientes físicos, porque sei que eles precisam. Para que pudessem recobrar os movimentos, ou se locomover mais facilmente – detalhou.

Outra escola participante, a Espírito Santo no Santo Agostinho, expôs mais de 12 trabalhos, de quatro turmas diferentes. A implementadora de Informática Aplicada à Educação da unidade, Elaine Fialho, disse que a robótica é uma área da ciência que está sempre se reinventando e que atrai muito a atenção dos alunos.

– A interação entre o criador e a criação é fantástica. A robótica está sempre em fase de experimentação, porque sempre se transforma. Nós participamos de um jogo de criação, em que transformamos lixo e peças usadas em arte – declarou.

Grande parte dos objetos utilizou material reciclável, doado por terceiros. Circuitos de ligação elétrica, protótipo de semáforo e uma máquina de pintura abstrata foram algumas das criações feitas pelos alunos.

O aluno Érick Ribeiro participou da feira passada, e também de outras exposições, e se interessou tanto por esta área que foi nomeado monitor das outras turmas.

– Me empolguei com o projeto e com a robótica. Quando comecei a participar era bastante tímido. Ela (robótica) aos poucos foi me dando um foco e me mudando como pessoa. Ela incentivou meu futuro – destacou.

Serviço

Os dois colégios estão aptos a receber doações de materiais eletrônicos, como computadores e componentes. Quem tiver interesse, pode entrar em contato através dos números: (24) 3339-9620 (Espírito Santo) ou (24) 3338-8925 (Paulo VI).

Por Melissa Carísio

melissa@diariodovale.com.br

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